Sódio nos Alimentos x Hipertensão
02/04/2014
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Antigamente, o sal era utilizado para conservar os alimentos, uma vez que uma de suas características é retirar água dos alimentos evitando assim que bactérias se proliferem. Como a geladeira não era algo possível, o sal permaneceu como conservante até o século XX, quando começou a ser utilizado para temperar alimentos.

O que antes trazia benefícios, hoje pode ser muito prejudicial. Atualmente o sódio está na lista dos condimentos que fazem mais mal à saúde, pois seu consumo excessivo pode causar hipertensão arterial, doença que segundo estatísticas, atinge quase 30 milhões dos brasileiros e outros 12 milhões que ainda não sabem que possuem a doença. A hipertensão é responsável por 300 mil mortes ao ano.

  

O que é sódio?

Conhecido como sal, a nomenclatura correta é cloreto de sódio e cada grama contêm 0,4 g de sódio, nutriente essencial para o organismo por facilitar a retenção de água. Porém se consumido em excesso, pode sobrecarregar o sistema cardiovascular, caso a água não seja eliminada corretamente.

Os números não mentem e segundo o Ministério da Saúde até 2025 a quantidade de hipertensos deverá crescer 80%. Os principais motivos que elevarão este número são: sedentarismo, obesidade e má alimentação. Como medida preventiva, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), firmaram um Termo de Compromisso para a Redução do Sódio em Alimentos Processados, obrigando os fabricantes a reduzirem em 68% do sódio dos alimentos.

A diminuição deverá ser feita em alimentos processados como: empanados, hambúrguer, linguiça frescal, linguiça cozida, presunto embutido, queijo, requeijão, salsicha, sopa instantânea e sopa pronta para consumo.

 

Qual o consumo diário permitido?

Dados revelam que o brasileiro ingere 12 gramas de sódio por dia e de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o consumo diário deve ser de menos de 2 gramas por dia (uma colher de chá ou 5 gramas de sal).

O aumento da pressão arterial acontece devido a propriedade osmótica do sódio, que retém água. Quando o sal é ingerido pelo organismo é absorvido pelo intestino e vai diretamente para os vasos sanguíneos. Se consumido em grande quantidade, o organismo precisa manter o equilíbrio e para normalizar a falta de água, aumenta a pressão arterial com o intuito de aumentar o fluxo de sangue circulando. Os vasos sanguíneos possuem um determinado volume sanguíneo circulando e essa alteração pode causar além da hipertensão arterial, problemas mais graves como arritmia e até infarto.

 

Tipos de sal

Os tipos encontrados no mercado são:

  • Sal de cozinha (refinado):  Possui 40% de sódio e 60% de cloro. O ideal é consumir, no máximo, 2g por dia. Em 1g = 400mg de sódio;
  • Sal light: Possui 50% de sódio e 50% de cloreto de potássio. Alerta para pessoas com problemas nos rins: o consumo em excesso pode causar um acúmulo do mineral no organismo. Em 1g = 197mg de sódio;
  • Sal marinho: Rico em minerais importantes para o metabolismo e não passa pelo sistema de branqueamento. Também indicado pelos especialistas;
  • Sal rosa do Himalaia: Rico em minerais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro (totalizando mais de 80).  Em 1g = 230mg de sódio. Mais indicado pelos especialistas;
  • Sal grosso: Possui 40% de sódio e 60% de cloro. Em 1g = 400mg de sódio. Especialistas alertam consumi-lo com moderação;
  • Sal negro: Não refinado procedente da Índia, formato por cloreto de sódio, potássio e ferro. Em 1g = 380mg de sódio;
  • Sal havaiano: Não refinado e contém a chamada Alaea (argila havaiana), rica em dióxido de ferro. Não indicado por especialistas por conter quase a mesma quantidade de sódio encontrada no sal comum. Em 1g = 390mg de sódio;
  • Sal defumado: Produzido com cristais de flor de sal podem ser aromáticos. Cuidado com o consumo pois em 1g = 395mg de sódio;
  • Sal rosa do peru: Colhido manualmente das montanhas no Vale Sagrado dos Incas, apresenta também um dos menores teores de sódio. Em 1g = 250mg de sódio;
  • Flor de sal: Pequenos cristais translúcidos e apesar de conter magnésio, iodo e potássio, o consumo deve ser moderado. Em 1g = 450mg de sódio.

 

 Alimentação e saúde

O combate ao consumo excessivo de sal pode ser feito por duas frentes: uma se refere a regras na produção de alimentos e outra é a conscientização da população. No Brasil, 70% do sódio ingerido na dieta é proveniente de alimentos industrializados, por isso é fundamental a medida já adotada pelo Ministério da Saúde, no que se refere a redução de sal nos produtos processados.

Como complemento à ação pública, a conscientização das pessoas sobre a importância de diminuir a ingestão de sódio é fundamental. Por isso, o desafio de manter o sal bem longe da dieta pode ser possível e traz muitos benefícios para a saúde.

Quando for ao supermercado, atenção aos rótulos e embalagens com a informação sobre a quantidade de sódio nos produtos, selecionand assim principalmente os temperos. Uma alternativa é diminuir a quantidade de sal nas receitas, adicionar ervas que deixam seu alimento mais saudável e saboroso é outra opção. Ervas como alho e cebola, sálvia, manjericão, alecrim, salsinha, pimenta, coentro, estragão, hortelã e menta, louro, orégano, tomilho, açafrão e gengibre têm propriedades naturais e podem substituir o sódio.