A gravidez acompanha um pacote de alegrias, expectativas, felicidades e incertezas! Será que é menino ou menina? Como será minha vida daqui para frente? E o meu trabalho? Como será a amamentação? O parto será normal ou cesárea?
Essas e muitas outras questões do universo tanto da mulher como do casal, são refletidas durante o período gestacional. Este momento é repleto de dúvidas, principalmente em relação à escolha do tipo de parto.
Parto normal ou cesárea?
Segundo o Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), o Brasil ocupa a primeira posição no ranking dos que mais realizam a cirurgia de cesárea; em hospitais privados, 85% das gestantes fazem cesárea. Contrariando a OMS (Organização Mundial da Saúde) a qual preconiza que somente 15% dos partos sejam cirúrgicos, a cirurgia de cesárea é bastante comum no Brasil (aproximadamente 50% dos partos são cesárea).
Este alto índice se refere a dois fatores: segurança e comodidade. Um outro fator é o tempo, ao contrário do parto normal, que pode durar mais de 7 horas, a cirurgia da cesárea pode ser realizada em aproximadamente 50 minutos, por isso é muito comum, o médico marcar a data e horário da cirurgia.
Por outro lado existe uma grande preocupação por parte de alguns médicos com relação ao parto normal, no caso da ocorrência de alguma complicação, além do mito da dor das mulheres, que favorece a escolha da cesárea.
Muitas mulheres receiam sofrer com as dores do parto normal e fazem parte da cultura este pensamento, porém segundo a obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Alessandra Bedin, o anestesista pode utilizar recursos para amenizar o sofrimento dessa escolha, além de técnicas de respiração para tornar o parto menos doloroso.
Alessandra afirma ainda que o único risco do procedimento de parto normal, muito raro de acontecer, é quando a bexiga da mulher fica caída, pois quando a cabeça do bebê passa pela pelve, eventualmente pode lesionar a musculatura. Alerta também que a cesárea, mesmo sendo um procedimento mais prático e rápido, pode ser considerado arriscada, com risco de infecções e perda de sangue, além de complicações da anestesia.
No parto normal a mulher recebe alta em até 24 horas, já o tempo de recuperação da cesárea é maior, pois a paciente deve ficar em observação no hospital de dois a três dias.
Escolhas
Em casos graves como descolamento de placenta em que a mãe não tenha condições de realizar um parto normal devido ao esforço, a cesárea se torna a única alternativa.
Dentro da classe médica, existem diferentes vertentes de argumentos, contra e a favor de nascer de forma natural. De qualquer forma, a função do médico é orientar e sanar todas as dúvidas da gestante, acompanhar o período da gravidez e explicar sobre as possibilidades de ambos os partos, pois o objetivo do profissional é realizar o procedimento e entregar à mãe, o bebê em excelente condição de saúde.
Para a realização do parto normal, a partir da 39a semana, a gestante poderá sentir contrações intensas e duradouras; se as contrações ocorrerem a cada três minutos e existir dilatação do colo do útero, significa que o bebê está prestes a nascer; isso pode durar até 12 horas.
Para muitas mães o parto normal é um momento único e especial, no qual o bebê passará por todo ritual de nascimento de forma natural, sem a intervenção cirúrgica, por isso muitas optam pelo parto humanizado.
O procedimento procura respeitar os desejos da mulher e segundo o introdutor do chamado Parto Leboyer (parto sem violência ou nascer sorrindo) no país, doutor Cláudio Basbaum, o médico possui papel fundamental em garantir o pré-natal, apoiar a gestante e orientar sobre todas as opções da futura mãe, sempre com base no histórico do desenvolvimento fetal. Orienta ainda que o médico pode acompanhar o parto e interferir apenas se houver alguma complicação.
Realizado em ambiente hospitalar, com incidência de pouca luz e com total participação de familiares, principalmente do pai, a escolha do parto humanizado deve ser orientada pelo profissional que acompanha a gestante, em local adequado e especial para este tipo de procedimento.
Por fim, a escolha de como virá ao mundo uma nova vida, ligada pelo cordão umbilical da futura mãe, merece toda atenção e cuidado. O acompanhamento regular com o médico é fundamental para garantir a saúde do bebê e da gestante.