Em dez anos, os óbitos por AVC (Acidente Vascular Cerebral) aumentaram: de 84 mil para quase 100 mil, de 2000 a 2010. Segundo dados do Ministério da Saúde, é a doença que mais mata no Brasil.

Estes números são preocupantes e servem para alertarem sobre a importância da prevenção, cuidados como o controle e monitoramento da pressão arterial com regularidade, verificação da taxa de glicose no sangue, bem como nível de colesterol. A combinação ideal para combater este quadro é além da prevenção, manter uma dieta equilibrada, prática de atividades físicas regulares, não fumar e evitar ingerir bebidas alcoólicas em excesso.

Com o intuito de ampliar a assistência às vítimas do AVC e diminuir a mortalidade, o Ministério da Saúde investe em recursos para a oferta de medicamentos destinados ao tratamento da doença. Segundo levantamento do próprio Ministério, atualmente o Brasil possui mais de 200 hospitais equipados e preparados para atender pacientes com AVC.

O que é AVC?

Denominado de acidente vascular cerebral e popularmente conhecido como derrame cerebral, se caracteriza por ser uma patologia associada às alterações nos vasos do cérebro, quando há o entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos do sistema nervoso central.

O AVC pode ser isquêmico, responsável por 80% dos acidentes vasculares, cuja causa é uma obstrução que reduz o fluxo sanguíneo em uma artéria do cérebro, provocando a falta de circulação da função neurológica.

AVC hemorrágico, cuja causa é o rompimento de um vaso sanguíneo que causa um sangramento no interior ou ao redor do cérebro.

Segundo dados do Serviço do Centro Cirúrgico do HCor (Hospital do Coração), o número é alarmante. Nos últimos quatro anos, aumentou em 34% o número de mulheres internadas por infarto no estado de São Paulo.

Alerta para os fatores de riscos

Os fatores responsáveis pelo aumento dos índices são, em primeiro lugar a mudança dos hábitos modernos, pois a obesidade e o sedentarismo podem desencadear doenças cardíacas. Na mulher a circunferência abdominal não deve ultrapassar 88 cm e no homem não pode passar de 102 cm. Demais fatores podem ser considerados determinantes para o surgimento da doença, são eles:

• hipertensão arterial
• diabetes
• doenças cardíacas
• colesterol alto

Sintomas

Apesar do grave quadro da doença, a pessoa que sofre o AVC apresenta subitamente sintomas como:

• fraqueza e formigamento da face, braço ou perna
• alterações na fala e dificuldade de compreensão
• perda de visão
• dor de cabeça intensa, sem causa aparente

Cuidados

Em pacientes com início de AVC isquêmico, o tratamento é realizado com medicamento para dissolver o coágulo, que impede a circulação do sangue.

O médico neurologista, Eli Evaristo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, ressalta que o mais preocupante são os casos em que os sintomas motores não são visíveis, dificultando o diagnóstico. O AVC pode provocar alterações de percepção em certas partes do corpo, como a agnosia visual (dificuldade em reconhecer objetos ou fisionomia de pessoas conhecidas) ou até mesmo os chamados distúrbios de memória, que aumentam com o passar dos anos.

Orienta ainda que evitar os fatores de risco e manter um hábito de vida saudável podem resultar em mais qualidade de vida. Se for hipertenso, o recomendado é controlar rigorosamente a pressão arterial. A prática de atividades físicas representa um enorme benefício para ficar longe da doença. A prevenção e o cuidado com os sinais do corpo ainda são os principais meios de manter a saúde em dia, sem complicações.