A cena é bastante comum nas grandes cidades. Basta que o nível de poluição aumente e os hospitais já recebem milhares de pacientes com diversos problemas. Dor de cabeça, tontura e dor no peito são somente alguns deles. Mas os efeitos da poluição no ar vão muito além desses pequenos inconvenientes fáceis de solucionar. 

Uma pesquisa realizada pelo fisioterapeuta Daniel Alveno, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), descobriu que os problemas causados pela poluição do ar podem ser muito mais graves. A poluição, constata o estudo, pode alterar a frequência cardíaca das pessoas. 

O levantamento analisou 75 homens, na faixa etária de 45 anos. Destas pessoas, 57 se tratavam de trabalhadores da CET e taxistas de São Paulo, que no dia a dia são expostos à poluição durante um longo período de tempo. Também foram avaliados 18 funcionários do Horto Florestal, localizado em uma região distante do caos urbano. 

O resultado é que os agentes de trânsito e os taxistas apresentaram problemas que vão além das conhecidas irritações na garganta e nas mucosas ou dificuldades respiratórias. Essas pessoas estão mais sujeitas ao surgimento de doenças cardiovasculares e metabólicas, como hipertensão, diabetes, entre outras. 

Os pesquisadores, no entanto, ainda não sabem se a poluição é responsável por causar ou agravar essa doenças. O que se sabe, atualmente, é que as pessoas que estão expostas a altos níveis de poluição podem ter uma tendência grande no aumento e agravamento dessas enfermidades. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) possui um diagnóstico bastante preocupante da situação no planeta. A instituição avalia que a contaminação atmosférica mata 1,3 milhão de pessoas por ano em todo o mundo. De acordo com os dados, cerca de um milhão dessas mortes poderiam ser evitadas se a taxa de poluição fosse reduzida. 

Por causa disso, é preciso estar bastante atento aos hábitos de quem vive ao seu redor e, claro, às políticas desenvolvidas pelas autoridades públicas. Lembre-se: utilizar formas de energia menos agressivas ao ambiente, instalar filtros antipoluentes nas indústrias e utilizar catalisadores nos carros são algumas formas de preservar o ar.