Em meados do século XX, a expectativa de vida não ultrapassava 40 anos. A expectativa de vida quase dobrou se comparada aos últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 foi para média de 74 anos, 5 meses e 12 dias. Ainda segundo as pesquisas, as mulheres vivem mais do que os homens, com expectativa de vida de 78 anos, enquanto para os homens a expectativa é de 71 anos.

Este panorama mostra que a qualidade de vida, o acesso à saúde, bem como informações e tratamento tiveram significativa melhora. Apesar das delicadas questões que o envelhecimento trouxe, como dificuldades no relacionamento familiar, especialmente no que se refere a como lidar com parentes de idade mais avançada, são muitos os que chegam aos 80 anos (ou mais) em boas condições físicas e em plena atividade.

O que determina envelhecer com saúde?

Segundo o diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Doutor Wilson Jacob Filho, envelhecer com saúde é possível e o processo é apontado como resultado de várias ações durante a vida. Envelhecer com saúde vai além da boa condição física e mental, impõe também a inclusão social como fator determinante, afirma.

Mas afinal, o que caracteriza a velhice? Basicamente o conceito etário: baseado na idade cronológica. Para identificar cada etapa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou terminologias características, tais quais, idoso e "muito idoso", para designar o indivíduo que chega aos 80 ou 85 anos de idade. No Brasil, o indivíduo é considerado idoso, quando completa 60 anos. Em países desenvolvidos, a partir dos 65 anos. Desta forma, é importante destacar que por se tratar de um critério arbitrário, os especialistas buscam determinar uma condição funcional, a qual identifica cada caso específico referente à faixa etária, com a finalidade de entender a normalidade ou algum processo patológico.

Ser mais ativo faz bem à saúde

Um envelhecimento ativo beneficia o envelhecimento saudável. Por isso é crucial priorizar a atividade física na busca por qualidade de vida e bem-estar, em qualquer faixa etária. A atividade social também é um fator fundamental para manter a saúde, tanto no âmbito profissional, como nas relações afetivas e amorosas.

Como o envelhecimento é um processo contínuo, caracterizado pela perda progressiva da capacidade de resposta a sobrecarga, a atividade física no decorrer da vida atua como fator determinante na adaptação do organismo a maior exigência de resposta e estímulos, seja subir escadas, caminhar, carregar peso, combate a uma doença ou condições climáticas excepcionais. Não é à toa que o Ministério da Saúde realiza campanhas de prevenção de gripe e demais doenças com prevalência em idosos.

Portanto, o papel dos exercícios tem forte influência na preservação da capacidade de adaptação funcional, desta forma o organismo reagirá com respostas mais próximas das encontradas nos indivíduos de menos idade.

Estudo identifica relação entre boa alimentação e longevidade nas mulheres

Cientistas do Instituto do Coração de Minneapolis, nos Estados Unidos, analisaram dados de mais de 2 mil voluntários, com idade entre 18 e 30 anos. O estudo dividiu os participantes em três grupos, de acordo com a quantidade de vegetais que ingeriam diariamente. As mulheres que consumiram de oito a nove porções diárias de frutas e verduras, aos 20 anos apresentavam um risco 40% menor de desenvolverem placas nas artérias ao completarem os 40. O mesmo não valeu para os homens. O resultado foi revelador: foi identificado que o consumo de frutas e verduras na juventude melhora a saúde das artérias das mulheres no futuro.

Contudo, a visão popular é extrema e pode ser prejudicial, tanto para os jovens quanto para os idosos. Por isso os contínuos esforços das autoridades para conscientização de que não obrigatoriamente a pessoa idosa possui limitações funcionais. O ideal é incentivar e inserir cada vez mais os idosos na sociedade, de forma a estimular o intercâmbio e a interação no ambiente de convívio com os mais jovens.