O meio ambiente pode ser imprevisível. As ondas de calor se tornaram mais frequentes. Seja na troca de estações ou numa virada brusca no tempo, o nosso organismo sente essas mudanças e pode reagir de forma inesperada. Em épocas com o tempo quente é comum termos mais incidências de tonturas ou desequilíbrio. Saibam quais são as causas como agir em uma situação de emergência.
Em mudanças de temperaturas o nosso sistema circulatório tenta se readaptar às novas condições climáticas. No calor, isso pode causar leves tonturas, mesmo em pessoas saudáveis. Um simples movimento brusco com a cabeça pode ocasionar o sintoma. Ao acordar, por exemplo, o ideal é sempre se levantar devagar para evitar essas crises.
Em geral, as causas de tontura e do desequilíbrio estão ligadas ao labirinto, órgão do sistema nervoso que se relaciona proximamente com a audição e com a percepção da posição do nosso corpo. Em alguns casos mais agudos, não tão raros, a vertigem pode ser causada por uma inflamação nesse órgão, gerando a comumente chamada labirintite. Esta pode se manifestar principalmente após os 40 anos de idade ou ser adquirida por uso abusivo de álcool ou por conta de estresse.
Ainda há outros "gatilhos" para desencadear esses sintomas. Dentre eles podemos citar a hipoglicemia, que é a diminuição de açúcar no sangue, estar em jejum prolongado, apresentar anemia, gripe, enxaqueca ou queda de pressão, e uso de alguns medicamentos. Quando o labirinto é afetado por algum fator infeccioso, inflamatório ou por conta de tumores, ele dará a sensação de desequilíbrio ao paciente. Se essa condição é muito intensa, pode resultar em queda ou fraturas.
Para evitar que isso aconteça, é importante se hidratar e comer alimentos leves, como frutas. Também é necessário manter os níveis de glicose estáveis. Ingerir alimentos mais doces já pode minimizar os sintomas quando a tontura não é tão forte.
Caso aconteça, a primeira coisa é não permanecer em pé. Sente-se e mantenha a cabeça para baixo, mais ou menos entre os joelhos, para facilitar o retorno do fluxo sanguíneo. Em casos mais agudos, é recomendável deixar a pessoa deitada, com as pernas esticadas e levemente voltadas para cima.
Esse baixo fluxo sanguíneo pode ser desencadeado pelo estresse, que causa maior carga de adrenalina. Além disso, quem se estressa fica com a respiração mais curta, o que faz com o que o pulmão retenha mais gás carbônico e atrapalhe a oxigenação do sangue.
Pessoas que consomem bebidas alcoólicas podem ter tontura e também vertigem. A tontura é uma ilusão de movimento que a pessoa tem de si mesma e do ambiente e pode causar vontade de desmaiar, sensação de cabeça vazia e desequilíbrio, como explicou o otorrinolaringologista Marcelo Hueb. Já vestigem, quando parece que o ambiente gira em torno de si.
O álcool causa intoxicação do labirinto, o que também diminui os níveis de glicose no sangue, prejudica a descarga de informação que o labirinto manda para o cérebro e dá a sensação de tudo estar girando. O nervo vago, então, tenta eliminar a causa da irritação no labirinto (o álcool) e faz com que o estômago queira jogá-la fora, o que causa o enjoo e os vômitos.
Além do labirinto, existem outros dois sistemas no corpo responsáveis por mantê-lo equilibrado: a propriocepção (capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo) e a visão.
Quando estão em sintonia, esses sistemas garantem o equilíbrio. Situações como viagens de navio ou carro podem causar o desequilíbrio, causando enjoo e tontura.
Algumas pessoas, no entanto, sofrem mais com esses problemas porque são mais sensíveis e perdem o equilíbrio com mais facilidade, como afirmou o otorrinolaringologista Marcelo Hueb. Os idosos, por exemplo, já têm as estruturas do corpo mais degeneradas e sofrem muitas quedas por tontura. Alterações no organismo ao longo do tempo causam compressão dos vasos e dificultam a ida do sangue para o cérebro e para o labirinto, o que deixa o idoso tonto apenas ao levantar a cabeça, abaixar ou levantar.